Educação à Distância

Com o embasamento teórico do livro A didática do ensino à distância de Otto Peters pode-se conhecer melhor o histórico desse novo jeito de ensinar, e vaculhando alguns artigos na intenet encontrei um mini texto que foi retirado do artigo A didática da EAD virtua de Renata Maria dos Santos e Priscila Silva da Universidade Federal do Sergipe, este artigo além do livro de Otto Peters tem uma bibliografia muito vastas de outros grandes autores como Perrenoud, Piletti, Niskier, Paulo Freire entre outros grandes. Abaixo segue o texto e no final o link para quem se interesse por todo o artigo.

"Sob a égide dos princípios educacionais, convém ressaltar que educar a distância não
significa se desvencilhar da responsabilidade de mediar o acesso às informações, para que se
possa convertê-las em conhecimento. Uma apropriação didática do conteúdo, uma avaliação
minuciosa dos procedimentos didáticos, uma disposição para reaprender a ensinar usando as
novas tecnologias, são atitudes indispensáveis aos professores (tutores) do século XXI.
A sociedade convoca a educação, como de costume, a dar conta das necessidades
educacionais que a globalização do conhecimento lhe impõe. O desafio didático-pedagógico,
portanto, está consolidado. Os muros e relógios tornam-se obsoletos, na EAD, pois a distância
geográfica e os horários de atividades, de presença em sala de aula não regem a realidade dos
alunos à distância.
Pensar em um novo modo de estar presente, em uma nova forma de atuar, em um novo
tipo de reciprocidade, são alguns dos paradigmas com os quais devemos lidar contando com a
contribuição elementar da didática, pois esta continuará indissociável da educação.
O célebre educador Paulo Freire, deixou-nos um legado de obras e experiências que
nos permitem enxergar a importância da educação para o exercício de uma vida cidadã. Sua
atuação baseou-se na busca pela superação das desigualdades, através do modo de conceber e
fazer educação, e nada mais coerente do que nos propormos, como tão bem ele nos orientou, a
pilotar o progresso da educação frente às inovações tecnológicas."

http://www.imed.edu.br/files/contents/10.PDF

Oi Lucy,

Conforme as autoras afirmam é necessário refletir sobre a didática da EAD. E cabe a todos nós profissionais da educação promover um debate em torno da melhor forma de ministrar cursos a distância. O básico no que tange a pedagogia continua valendo para a EAD, como o planejamento das aulas, o estimulo dos alunos em aprender a aprender, uma avaliação coerente e um projeto pedagógico de qualidade. Mas na atualidade, o debate de uma EAD de qualidade ,também gira em torno, do uso criativo das novas tecnologias, pois do contrário, estaremos apenas repetindo o que acontece presencialmente. O que mudamos com uso das TIC's?

Parabéns pelo tópico Marlucy. Reinterando o que a professora Mônica nos coloca, o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC's, deve ser entendido como instrumento que encurta as distâncias em uma era globalizada, mas que não exime as obrigações pedagógicas do ensino nos diversos segmentos. Desta forma, não podemos direcionar toda a responsabilidade do sucesso educacional ao uso isolado das TICs sem o comprometimento da ação pedagógica. As inovações tecnológicas podem, quando fundamentadas, proporcionar um abiente mais dinâmico no que diz respeito a apresentação e movimento das imagens e sons.

A educação a distância na atual conjuntura apresenta-se como um movimento irreversível, mesmo porque dentre as muitas possibilidades e os aspectos positivos existentes nesta modalidade poder-se-ia elencar: o alto nível de abrangência e a plasticidade possível no que concerne a forma de operacionalização. Muito embora a educação à distância possua um roll considerável de pontos positivos, há, todavia, outros que merecem ser questionados para assim otimiza-la em sua essência. Nesse sentido cito a fala do doutor Randy Garrison citado por Otto Peters. Garrison mostrou por exemplo que há uma tensão entre nível de acessibilidade (acessibility) e processos interativos(quality). Em termos práticos, quanto mais acesso menos interatividade entre estudantes e destes com os docentes, o que empobrece a aprendizagem. Devemos lembrar que a dialogicidade e conflitividade são as estruturas em que se assenta a cientificidade. Que qualidade de conhecimento haverá com a inexistência desses dois elementos indissociáveis? Esse dilema é só um dentre vários na EAD e lhe é característico. Para além de tudo isso vem à tona o conflito entre prioridade político/educacional e prioridade didático/pedagógica. A superação desses contrapontos perpassa por um continuum de discussões acerca da concepção de EAD e seus detalhes intrínsecos.

A EaD historicamente vem se desenvolvendo acompanhando as mudanças da conjuntura social. Na atualidade com a explosão tecnológica ele conquista importância estratégica para a superação dos paradigmas presentes. A democratização do ensino é um dos benefícios possibilitados pelo EaD, mas há que se pensar criticamente em sua totalidade para se obter qualidade no processo ensino/aprendizagem. Nesse sentido é fundamental o estabelecimento e fortalecimento dos marcos regulatório que, a nível nacional, norteiam os projetos de implementação do EaD conduzindo-lhes de forma a atender as demandas emergentes do ente social. Os aspectos subjacentes à prática pedagógicas, por outro lado, merecem atenção. Assim elementos como currículo, metodologia de ensino, construção de Ava interativos, flexibilização entre professor/aluno, formas de avaliação devem constantemente estar na pauta de discussões dos gestores. Como qualquer outra modalidade o EaD precisa estar sendo ressignificado para não perder seu sentido, sua função colaborativa, enquanto meio superador de limites.